quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A Angústia da Indefinição

Situações indefinidas me causam um desconforto imenso e por isso não consigo lhidar bem com elas. Eu entendo que quando a gente quer algo de verdade, e principalmentese o que a gente quer envolve outra(s) pessoa(s), a ambiguidade gera uma situação de indefinição, dando margem à interpretações negativas e insegurança. Como tento pautar minha vida tratando as pessoas a minha volta com a consideração que eu gostaria que eles tivessem por mim, quando estou num relacionamento ou numa situação de grupo, faço questão de deixar minha posição muito clara para todo o mundo, a fim de evitar a tal da ambiguidade.
Mas hoje eu me vi numa situação ambígua. E me senti deveras desconfortável. E isso aconteceu pela internet. Acho engraçado, no mínimo curioso, o fato de as pessoas quererem usufruir o lado bom dessa ferramenta de comunicação, mas não se tocando de que se você mescla sua vida real com sua vida virtual, as regras de relacionamento com terceiros e com o resto do mundo se estendem para a segunda.
Vejam bem, não estou falando de assumir um personagem virtual, mas de ser você mesmo. Estou falando da internet como um canal de comunicação da vida real, de quem a gente é ou ao menos pensa que é. O mais importante nisso é a forma como você se mostra às pessoas do seu relacionamento interpessoal e ao resto do mundo.
Então, é muito chato, e pode ser muito constrangedor, quando uma pessoa importante na sua vida dá margem à interpretações ambíguas sobre a sua posição na vida virtual dela. Terceiros que observam podem levar isso para a vida real. E, ao menos na minha opinião, tudo o que dá margem a mais de uma interpretação tem urgência em ser definido.
Angustiada, procurei a única pessoa que poderia me dar uma resposta, qualquer que ela fosse. Qualquer resposta, qualquer indicação serviria, ainda que fosse um "é, temos que conversar a esse repeito", mas torcendo avidamente para ser um "peraí, não é nada disso, você está exagerando".
Liguei, mas o momento não era propício para conversa. Não conseguindo esconder os sentimentos ruins que tomavam conta de minha mente, pedi um retorno da ligação o qual foi combinado para mais tarde. Mas que até agora não aconteceu. Apenas a ausência. Apenas o silêncio.
A cada minuto que passava a angústia gerada pela indefinição aumentava a passos galopantes, até que não consegui me conter e enviei uma mensagem virtual contado o que se passava na minha mente. Será exagero meu? Será que tudo não passa de um equívoco da minha parte e estou dando importância demais a algo que não quer dizer nada? Somente uma pessoa tem a resposta, mas ela não teve a consideração de entrar em contato (como diz o ditado, pimenta nos olhos dos outros é refresco).
Fui dormir tentando mudar a direção dos meus pensamentos. Mas como poderia dormir havendo uma questão tão importante assombrando a minha existência? Deitei em posição fetal como sempre faço, mas dessa vez procurando um abrigo para me esconder da dor que tomava conta de mim.
Na tentativa desesperada de manter a calma, peguei os dois livro que mais busco nos momentos difíceis e os coloquei junto ao meu plexo solar, para que toda a sabedoria contida neles pudesse ser transmitida por osmose através desse chakra, ao mesmo tempo protegendo-o dos sentimentos angustiantes que não saíam de minha mente. Assim adormeci.

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